Falling Walls Lab Brazil 2024 acontece em setembro em Recife
A competição que premia projetos inovadores que “derrubem muros” em ciência e tecnologia está de volta: a edição 2024 do Falling Walls Lab Brazil acontece em 27 de setembro, em Recife, e recebe inscrições até o dia 19 de agosto. Neste ano, o Centro Alemão de Ciência e Inovação (DWIH) São Paulo realiza o evento em parceria com a Cesar School, instituição de ensino superior da capital pernambucana, o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) e o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha.
Podem participar indivíduos matriculados em universidades, instituições de pesquisa e inovação, bem como empreendedores científicos, representantes de empresas, centros acadêmicos e fundações. Os candidatos(as) podem ser de qualquer área e devem estar com vínculo ativo a uma instituição de ensino superior. Outra possibilidade é que o candidato tenha concluído a pesquisa inscrita no concurso nos seguintes prazos: graduação há no máximo dez anos, mestrado há sete ou o doutorado há cinco. Quem já se inscreveu em outras edições e chegou a ser pré-selecionado não poderá participar novamente.
Dos projetos inscritos, 15 serão escolhidos para apresentá-los presencialmente, obrigatoriamente em inglês, para um júri de notáveis em Recife.
O júri irá escolher o melhor projeto, que será premiado com uma viagem com tudo pago para Berlim, na Alemanha. Lá, o (a) candidato (a) participará da final global do Falling Walls Lab, no dia 7 de novembro, representando o Brasil junto a até 100 outros competidores de todo o mundo. Lá, outro júri de especialistas, em um evento transmitido pela internet para todo o mundo, irá escolher um campeão global. Tanto em Recife, quanto em Berlim, o público presente também poderá opinar e escolher seus projetos favoritos.
Candidatos de fora de Recife terão ajuda de custo para deslocamento a capital pernambucana e hospedagem, em formato de reembolso. Antes da apresentação, prevista para o dia 27 de setembro, a Cesar School oferecerá um treinamento on-line de pitch para os selecionados.
Etapa brasileira em Recife: 27 de setembro.
Final em Berlim: 7 de novembro.
Vencedores de 2023
A edição de 2023, realizada em São Paulo em uma parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), premiou em primeiro lugar uma plataforma web que usa aprendizado de máquina para detectar notícias falsas, idealizada pelo estudante Denis Tavares da Silva, da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec – Ourinhos).
Além dele, o vice-campeão, Elias Barbosa, então estudante de biomedicina na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e uma das participantes que ficou na terceira colocação – Bruna Enne, da Universidade de São Paulo (USP) –, também foram para a Alemanha.
Durante seu pitch, Silva citou estudos que mostrariam que as pessoas têm 70% mais chance de compartilhar uma notícia falsa do que uma verdadeira, já que as fake news apelam para o senso de urgência e, frequentemente, são afinadas com viés de confirmação do usuário. No aplicativo desenvolvido pelo estudante, chamado ITT – Is That True? (“Isso é verdade?”, em português), os leitores colam o texto sobre o qual tem dúvidas (postagens do X – antigo Twitter – trechos de reportagens e até matérias inteiras), e o sistema responde com a probabilidade de a notícia ser falsa ou não. Para tanto, o ITT usa aprendizado de máquina para detectar inconsistências, e, ao final, ainda sugere outros artigos verdadeiros sobre o tema. Segundo Silva, a taxa de precisão na identificação de uma fake news chegou a 94,62% na fase de protótipo.
Barbosa, por sua vez, ficou na segunda colocação com o projeto “Breaking the Wall of Lifelong Tropical Diseases”, em que propunha uma abordagem multifuncional para a leishmaniose e a hanseníase. A partir de células-tronco pluripotentes induzidas, vindas do próprio paciente, Barbosa trabalhou para desenvolver um modelo experimental que estimule a geração de terapias regenerativas personalizadas e de curativos, a fim de tratar a doença e suas sequelas.
Em terceiro lugar, houve um empate entre Bruna Enne, com o projeto “Sinaliza Enem”, que prepara estudantes surdos para o vestibular e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) com auxílio da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e de uma metodologia própria, e Caio Teixeira, da Unifesp, com um dispositivo tátil vibrante para as bengalas usadas por deficientes visuais.