Estudante brasileira relata desafios durante a pandemia ao presidente da Alemanha
É difícil imaginar um estudante estrangeiro conversando abertamente com o presidente da nação que concedeu uma bolsa de estudos ao universitário. Pois foi exatamente isso que aconteceu com a brasileira Isabella Montini, estudante de ciências sociais na Humboldt University of Berlim e bolsista do DAAD.
Em um encontro virtual, Montini conversou com o presidente alemão Frank-Walter Steinmeir e sua esposa, Elke Büdenbender, sobre as dificuldades dos estudantes estrangeiros durante a pandemia.
“O maior desafio para mim como bolsista do DAAD foi concluir meus estudos dentro do período estipulado”, disse a estudante aos representantes do governo alemão. No diálogo, a brasileira salientou que alguns professores sequer preparam suas aulas para o ambiente digital, pois imaginavam se tratar de uma pandemia passageira. Montini relatou ainda que, apesar das dificuldades, conseguiu concluir seus estudos, porém, muitos outros estudantes estrangeiros não tiveram a mesma sorte.
Essa história foi publicada no site Aluminiportal Deutschland em entrevista à jornalista do site, Eva Lindner. Na reportagem, a futura cientista social abordou ainda aspectos psicológicos dos estudantes durante a crise da covid-19 e como aliviar essa carga de tensão.
“É realmente difícil trabalhar de 12 a 16 horas por dia no computador em um pequeno quarto”, destaca. Segundo a estudante, a falta de interação aluno-professor nos meios digitais é outro desafio. Ela relata que é muito comum que alunos desliguem as câmeras nas aulas virtuais. Para o professor, diz Montini, a sensação é de que ninguém está prestando atenção, que a audiência é um “grande buraco negro”.
Aliás, para evitar a sensação de isolamento e afastar problemas de burnout, a futura cientista social explica que procura seguir uma rotina fixa, com a agenda cheia. Ademais, para ajudar a manter o equilíbrio da mente e do corpo, ela também frequenta aulas on-line de yoga e dança, tem uma alimentação saudável e mantém contato com amigos e familiares.
“Acredito que solidariedade e empatia são muito importantes neste momento. A sensação de estarmos juntos nos une nesta difícil situação. Nós nos preocupamos com nossos semelhantes e valorizamos o contato interpessoal mais do que antes. Espero que possamos reter tudo isso para o futuro”, finaliza Montini.