Cooperação Brasil-Alemanha dobrou nos primeiros 10 anos do DWIH São Paulo
Na primeira década de atuação do Centro Alemão de Ciência e Inovação (DWIH) São Paulo, festejada no último dia 22/02, o número de acordos bilaterais entre instituições de ensino superior dos dois países quase que dobrou e publicação de artigos científicos entre pesquisadores do Brasil e da Alemanha mais que duplicou.
Autoridades da ciência, educação, indústria e do ecossistema de inovação do Brasil e da Alemanha se reuniram, na terça-feira 22/02, para comemorar o jubileu de dez anos do Centro Alemão de Ciência e Inovação (DWIH) São Paulo. Observando os protocolos de segurança sanitária de covid-19, a cerimônia, realizada na sede do Centro, funcionou como uma espécie de túnel do tempo ao relembrar os pontos relevantes das atividades do DWIH São Paulo na cooperação binacional nessa última década.
“Pela primeira vez depois de meses de isolamento nos reunimos aqui para celebrar algo maravilhoso: a história de dez anos do Centro Alemão de Ciência e Inovação em São Paulo”, anunciou o cônsul da Alemanha em São Paulo, Thomas Schmitt.
Criados em 2009 pelo Ministério das Relações Externas, os Centros Alemães (Nova York, Tóquio, Nova Délhi e Moscou, e posteriormente São Francisco) possuem os objetivos de aumentar a visibilidade da Alemanha como “País de Ideias”, um hub científico e tecnológico, promover a geração e a transferência de conhecimento, bem como a formação de redes de pesquisadores e inovadores.
O primeiro escritório de implantação do DWIH São Paulo, sediado na Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK São Paulo), iniciou suas atividades em 2009. Em 2012, com a inauguração das instalações do DWIH São Paulo, o DAAD assumiu a direção do Centro Alemão.
“O DWIH São Paulo é o único Centro Alemão da América Latina, o que mostra o grande interesse da Alemanha pela pesquisa e ciência no Brasil”, salientou Dr. Jochen Hellmann, atual diretor do DAAD no Brasil e do DWIH São Paulo. Em seu discurso, Hellmann agradeceu ainda o apoio da Câmera Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK), do Ministério das Relações Externas, das 27 organizações cooperadoras e dos parceiros brasileiros sem os quais não seria possível a consolidação de pontes entre Brasil e Alemanha.
Inovação científica Brasil-Alemanha em números
O Centro promove por meio de eventos, diálogos e publicações, a ciência como base de soluções para os grandes desafios do século XXI.
“São dez anos repletos de ideias e iniciativas com um trabalho bem-sucedido. O empenho de vocês possibilitou o grande avanço no intercâmbio científico entre o Brasil e Alemanha”, destacou o cônsul da Alemanha em São Paulo.
Schmitt lembrou que ao longo da última década muitas parcerias foram formalizadas entre universidades brasileiras e alemãs. “Os projetos e iniciativas que vocês lançaram ao longo dos anos alcançaram milhares de estudantes, cientistas e professores, unindo pessoas e instituições acadêmicas dos dois lados do Atlântico”, pontuou.
Por sua vez, o coordenador do DWIH São Paulo, Marcio Weichert, sublinhou aos convidados dez pontos importantes do DWIH São Paulo em sua trajetória de uma década:
- Temporada Brasil-Alemanha 2013-2014 com mais de 140 projetos – a metade deles com subsídios do DWIH São Paulo;
- Programação científica diversificada; foram mais de 190 eventos com destaques para assuntos que norteiam o presente e o futuro da sociedade;
- Adaptação do DWIH São Paulo ao trabalho e aos eventos on-line durante a pandemia;
- Transição do foco da comunicação impressa e do website trilíngue (mais de 600 mil visitas em 10 anos) para o universo das mídias sociais digitais;
- Parcerias do Centro Alemão com instituições brasileiras, p.ex. a Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência (SPBC) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e alemãs, como a AHK São Paulo e a Falling Walls Foundation, e da União Europeia, como a Euraxess;
- Ampliação da cooperação acadêmico-científica binacional: entre 2011 e 2022, o número oficial de convênios entre instituições de ensino superior dos dois países quase dobrou, passando de 347 para 668, enquanto os artigos científicos publicados conjuntamente por pesquisadores do Brasil e da Alemanha mais que duplicou, subindo de 2.222 para 5.343;
- Centro de referência na interface Brasil-Alemanha, com mais de 450 visitas in locu ao DWIH São Paulo de delegações com representantes da ciência e inovação do Brasil, Alemanha e outros países;
- Institucionalização da rede DWIH em 2017, com a adoção de melhores práticas de São Paulo como o trabalho coletivo e bottom-up com os cooperadores;
- Ambiente cooperativo com geração de muita sinergia entre os cooperadores;
- Crescente número de organizações alemãs cooperadoras do DWIH São Paulo, são 27 ao total, incluindo as recém-chegadas, a Universidade de Heidelberg e a Humboldt Universität.
O Centro Alemão de Ciência e Inovação (DWIH) São Paulo é a instituição dentro da rede DWIH que mais reúne cooperadores. Em parte, esse sucesso é resultado do ambiente amigável e cooperativo formado pelas agências de fomento e universidades alemãs presentes no complexo do DWIH São Paulo.
“A espinha dorsal do DWIH são as instituições científicas que há muito tempo têm se comprometido estrategicamente com as relações Brasil-Alemanha e que há 10 anos juntaram as suas forças”, frisou Christina Peters, diretora do escritório da Sociedade Alemã de Amparo à Pesquisa (DFG) para América Latina. Em nome dos demais cooperadores do Centro, Peters reconheceu que o DWIH São Paulo é mais do que apenas uma “estrutura de escritórios”. Para ela, o Centro é uma plataforma de trabalho em rede das instituições alemãs de ciência e inovação ativas no Brasil.
“Neste período, ficou claro que esta estrutura deu e está dando frutos. Faz diferença estar no local, criar laços de confiança e poder facilitar contatos em ambas as direções, de poder encaminhar parcerias dentro do sistema científico alemão sem burocracia e, por sua vez, poder promover o Brasil, na Alemanha, como local de pesquisa de ponta e inovador”, disse.
A diretora da DFG finalizou ressaltando que os cooperadores devem desenvolver uma visão comum de como aprimorar as cooperações com nossos parceiros brasileiros durante os próximos 10 anos, mesmo sob condições dinâmicas e às vezes complexas.