Nova tecnologia para reciclar PET vence categoria do DWIH no Startups Connected 2022

Atualmente, só plásticos PET transparentes podem ser reciclados. A tecnologia apresentada pela RITTEC, no entanto, permite que PETs e produtos têxteis em poliéster que sejam opacos ou multicamadas também entrem no ciclo de reciclagem, impactando positivamente a economia e o meio ambiente. Segundo a startup, a tecnologia inovadora, batizada de “revolPET”, emite menos CO2 do que a produção de material virgem e tem como público-alvo empresas da área, companhias com metas de reciclagem e catadores informais, que hoje evitam colher garrafas opacas por conta do baixo valor pago por elas. 

A RITTEC diz que está na fase final de conclusão de uma planta-piloto para demonstrar a viabilidade da fabricação contínua de produtos feitos a partir do PET reciclado com a tecnologia. A ideia da empresa é trazer a tecnologia para o Brasil, por já ter parceiros com os quais coopera no país e histórico de trabalho com brasileiros, além de ver similaridades entre as culturas nacional e a europeia. 

“A vitória significa muito para nós e para a tecnologia revolPET. Recebemos uma mensagem do júri altamente qualificado de que estamos no caminho certo. A Startups Connected é uma porta de entrada muito valiosa para o mercado brasileiro. O programa Startups Connected do DWIH e AHK São Paulo apoia nossos esforços para nos tornarmos visíveis na economia brasileira e também na ciência”, afirmaram Renan Louro, Charlotte Lücking e Casten Eichert, representantes da RITTEC.

Como vencedora da categoria “Innovation for Sustainability”, a startup terá o direto de usufruir de um plano de aceleração da AHK São Paulo, que inclui: a realização de uma pesquisa de mercado; suporte para desenvolvimento de projeto piloto (reuniões presenciais ou remotas); roadshow no Brasil de uma semana (passagens aéreas e hospedagem inclusas); uso de espaço de coworking da Câmara por um(a) representante em São Paulo por até seis meses; associação à AHK São Paulo; intermediação de contatos; e, por fim, um evento (demo-day ou outro similar) sob medida organizado pela instituição. 

Seleção 

Quatro startups finalistas se apresentaram no dia 14 de setembro, em evento fechado ao público, a um júri composto por representantes do DWIH, da AHK São Paulo (e da empresa BASF), da universidade alemã TU München, do centro de empreendorismo e inovação Inova Unicamp e da agência alemã de investimentos GTAI. A categoria, que recebeu no total 17 inscrições consideradas aptas, era voltada exclusivamente a startups com soluções desenvolvidas em centros alemães de pesquisa científica. 

Além da RITTEC, os avaliadores conheceram as propostas das startups Bavertis (com um projeto sobre para otimização do uso de baterias); Cyclize (que apresentou uma tecnologia de recirculação de resíduos plásticos para reduzir a emissão de CO2); e HCP-Sense (com uma solução que economia de lubrificantes para rolamentos). Na análise, foram valorizados sobretudo os seguintes critérios: caráter inovador e impacto da solução, potencial para o mercado brasileiro e relação com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. 

“Nunca foi tão difícil chegar a um resultado. Todas as finalistas apresentaram soluções de altíssimo valor científico e aplicabilidade para o mercado, inclusive com vistas ao Brasil. Mesmo as que não foram eleitas para o prêmio principal, podem contar com o DWIH para prospecção de parceiros no Brasil”, afirma Marcio Weichert, gestor executivo do Centro Alemão de Ciência e Inovação. 

 

Texto: Rafael Targino 

Data de publicação: 29.09.2022