Workshop "An invitation from the flow" na Conferência Internacional de Museus no Rio de Janeiro

Reconstrução do Museu Nacional estará na pauta de debates

Instituições culturais de várias partes do mundo se reúnem no Rio de Janeiro, nos dias 3 e 4 de junho, para a Conferência de Museus, Rio de Janeiro – 2022, uma iniciativa do Goethe-Institut e do Museu Nacional/UFRJ, com apoio do Ministério Federal das Relações Exteriores da Alemanha. O encontro, que acontece no Museu de Arte do Rio (MAR), irá promover a troca de conhecimentos e trazer à tona debates sobre qual o papel dos museus na atualidade, com a participação de instituições da América do Sul e da Europa. O evento contará com a presença de especialistas envolvidos, direta ou indiretamente, no projeto de reconstrução do Museu Nacional, destruído no incêndio em 2018.

Antes concebida para ser o ponto de partida de uma iniciativa de apoio internacional (a conferência foi adiada, em 2020, devido a pandemia) torna-se, agora, oportunidade para consolidar trabalhos de cooperação bilateral que vem reunindo nos últimos dois anos especialistas de museus de várias partes do mundo, com representantes do Museu Nacional a fim de dividir conhecimentos e ajudar na reconstrução da instituição brasileira.

A conferência conta com a parceria da Freie Universität Berlin e apoio do Centro Alemão de Ciência e Inovação São Paulo (DWIH São Paulo). E entre as presenças confirmadas estão representantes do Museo de Arte de la Universidad Nacional de Bogotá, da Colômbia, o Museu Casa de Yrurtia, da Argentina, o Museum für Naturkunde, e o Linden Museum, ambos da Alemanha, além dos brasileiros do MAR (Museu de Arte do Rio) e do Museu do Amanhã.

Para o Diretor do Goethe-Institut do Rio de Janeiro, o encontro é uma forma de fortalecer   o intercâmbio entre a América do Sul e a Europa nos campos da cultura, da museologia e da ciência: “O Goethe-Institut Rio de Janeiro e o Governo Alemão são parceiros de primeira hora na reconstrução do Museu Nacional. Esperamos ansiosamente os encontros que acontecerão durante a conferência no Rio de Janeiro, e também no espaço digital, onde atores do panorama museológico poderão trabalhar em rede e aprender uns com os outros.” explica Robin Mallick.

A conferência, híbrida (digital e presencial), é direcionada a profissionais da área de Museus. O encontro vai ser realizado num modelo de discussão participativa com três grandes temas centrais: Museus e sociedade, Coleções e Arquivos e Sustentabilidade. Os organizadores pretendem que o encontro seja um exemplo de solidariedade e vontade de diálogo orientado para o futuro, trazendo para o debate questões contemporâneas da concepção e das tarefas dos museus universais, contribuindo para a construção de novas narrativas no universo da museologia.

“O Instituto Goethe, assim como o Governo da Alemanha, tem sido incansável no apoio à reconstrução do Museu Nacional/UFRJ. A Conferência Internacional de Museus é mais um passo no estreitamento dessa relação histórica entre as nossas instituições e, ao mesmo tempo, um reforço ao posicionamento do Rio de Janeiro como um importante polo de debates e produção científica, nessa área. Afinal, durante dois dias, teremos uma oportunidade única de aprofundarmos as discussões sobre o futuro dos museus sob o ponto de vista de renomados especialistas sul-americanos e europeus”, ressalta Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional/UFRJ.

Programação

A Conferência de Museus, Rio de Janeiro – 2022 foi idealizada com uma estrutura diversificada e participativa, para que o debate possibilite trocas de experiências, saindo dos tradicionais discursos de mão única e propondo diferentes dinâmicas que promovam o diálogo. O programa preliminar tem como uma das atrações uma visita ao Museu Nacional/UFRJ onde um grupo de participantes que estiverem de forma presencial vão conhecer a infraestrutura da instituição: Palácio, jardins, biblioteca, jardim botânico e novo campus de pesquisa e ensino. Os visitantes serão divididos em grupos e serão conduzidos por funcionários do museu.

Nos dias 3 e 4 de junho, os trabalhos serão centralizados nas dependências do MAR (Museu de Arte do Rio) e na plataforma Zoom. Logo no primeiro dia, pela manhã, divididos em pequenos grupos, os participantes vão trabalhar os seguintes questionamentos: O que significa ser um Museu hoje? Quais são os tópicos mais importantes para os Museus neste momento?

Ao longo dos dias de atividades, os resultados dos diversos workshops e encontros realizados nos últimos dois anos entre representantes do Museu Nacional, e especialistas da Europa, em especial alemães, e da América do Sul, da Argentina, Colômbia, entre outros, nortearão os temas a serem tratados na Conferência, divididos em três áreas temáticas. A primeira foca na questão dos Museus e Sociedade e traz para o debate a diversidade de narrativas, a importância da representação de práticas culturais até então invisíveis, estratégias para atrair audiências, programas de divulgação, acessibilidade/inclusão.

Coleções e Arquivos fazem parte da segunda área temática com destaque na criação e manutenção de coleções, conceitos estabelecidos e novos conceitos para arquivos e, principalmente, o novo momento de digitalização de acervos, processo que vinha sendo realizado e que ganha maior destaque a partir da pandemia de Covid-19, quando museus do mundo todo foram obrigados a fechar as portas.

Questões ligadas à Comunicação e estruturas sustentáveis fazem parte da pauta da terceira área temática. Entre os assuntos propostos para discussão, estão a criação de redes internacionais e estruturas sustentáveis como a visibilidade na mídia e redes de políticas culturais, lobby em nível nacional e internacional, intercâmbio com tomadores de decisão, sustentabilidade estrutural e financeira dos museus.