Presidente da DFG no 20th Gender Summit - LAC

No que diz respeito às instituições de financiamento à pesquisa, a DFG tem adotado um papel de liderança no sistema alemão sobre a importância da diversidade de sexo e gênero na pesquisa básica. Em maio de 2020 o senado da DFG emitiu uma declaração sobre a elaboração de novas diretrizes para incentivar o aumento da diversidade na pesquisa e ajudar a eliminar pontos cegos, aumentando assim a qualidade científica dos resultados.

Quando se pensa em diversidade de gênero na pesquisa, não se trata apenas de igualdade no número de pesquisadoras e pesquisadores, mas também na temática que engloba todos os gêneros. Por exemplo, a pesquisa sobre os riscos da osteoporose nos homens tem sido negligenciada há muito tempo, no entanto, sabe-se agora que cerca de um terço dos homens são afetados e requerem tratamento eficaz. Além disso, os bonecos de teste de colisão, modelados em corpos masculinos e femininos, ilustram os riscos de lesões individuais para cada sexo e ajudam a preveni-los. Questões como essas também serão abordadas na programação do evento.

Além da DFG estão confirmados cientistas de instituições como USP, UnB, Fiocruz, UFRJ, UFMG, Unifesp e Unicamp, no Brasil, e Oxford University e King’s College London, no Reino Unido, bem como universidades, empresas e organizações da sociedade civil da Argentina, Colômbia, Chile, França, México, Itália, Canadá e Estados Unidos. A Cúpula de Gênero também incluirá apresentações de representantes de órgãos como a UNESCO, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Banco Mundial.

Personalidades do empreendedorismo e universo corporativo também foram confirmados para fazer apresentações na Cúpula de Gênero, incluindo Luiza Trajano, a empresária à frente do grupo Magazine Luiza. A construção da diversidade e responsabilidade social, e o papel das mulheres na transformação digital são alguns dos temas que serão abordados pelos painéis, proporcionando diferentes perspectivas sobre gênero em áreas como empreendedorismo e inovação.

Inclusão na ciência: considerando a diversidade de gênero

A importância da participação das mulheres para a qualidade da produção científica é evidenciada por pesquisas e estudos de caso que serão apresentados no Gender Summit. Dados que compõem a agenda da Cúpula revelam que, ao acolher a diversidade de sexo e gênero, a ciência produz resultados que promovem avanços para a sociedade em todas as áreas do conhecimento, assim como soluções para diferentes aspectos da vida no planeta.

O evento apresentará as descobertas científicas mais recentes, assim como as lacunas ainda existentes, para uma compreensão de como as características biológicas (sexuais) e socioculturais (gênero), reconhecidas coletivamente como a “dimensão de gênero”, diferenciam os resultados das pesquisas e a qualidade dos resultados para mulheres e homens. O acesso de meninas e mulheres a ambientes envolvidos na produção do conhecimento científico é fundamental para inovações em nome da sociedade, de acordo com dados que serão discutidos ao longo do programa da vigésima Cúpula de Gênero.

Também será apresentada uma visão geral do trabalho que está sendo realizado pelas mulheres cientistas na América Latina, demonstrando o progresso em termos de representatividade, e estabelecendo relações com os avanços e descobertas científicas. Através da lente da igualdade de gênero, dados de diferentes áreas, tais como ciências climáticas, engenharia, biologia e sustentabilidade, por exemplo, revelam o papel fundamental do trabalho realizado pelas mulheres.

Sustentabilidade em destaque

A importância de novas tecnologias e programas científicos em apoio às políticas de preservação, bioeconomia e estratégias para o uso sustentável da biodiversidade nas diferentes regiões da América Latina é também um dos temas centrais para a agenda da Cúpula de Gênero. O evento reunirá pesquisadoras e pesquisadores que apresentarão estudos sobre questões urgentes, tais como mudanças climáticas, desmatamento e o futuro da Amazônia.

A interação humana com a biodiversidade terrestre e marinha é um dos temas importantes que serão tratados pelos painéis, nos quais participam nomes reconhecidos internacionalmente, como Carlos Afonso Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), um dos autores do Quarto Relatório de Avaliação – Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 2007, entre outros.